Há pessoas que defendem a ideia de que a adjudicação da Rebelião de Lúcifer ocorreu em 1984, e que desde então Caligastia e Daligastia já não estariam conosco neste mundo. A busca em arquivos do movimento da TM (Teaching Mission) traz muitas referências baseadas nesta ideia, a qual, aparentemente, é a base para todo o conceito da Teaching Mission. Eis três exemplos:
Palavras de IRUKA (um suposto mestre moroncial sendo canalizado):
“[…] Quando vocês se referem ao diabo, os humanos usualmente se referem a um indivíduo chamado Satã, ou outro chamado Lúcifer, ou ainda outro chamado Caligastia. Eles são confundidos todos nas tradições humanas como se fossem uma única criatura chamada de diabo, e desde 1984, ano em que a Rebelião de Lúcifer foi adjudicada, estes seres é como se nunca tivessem existido. Deixaram de existir...”
http://monjoronson.com/transcript_contents.php?tid=1408&search=1984Palavras de AARON (outro suposto mestre moroncial sendo canalizado):
“[…] O Tempo de Correção começou logo a seguir à Rebelião de Lúcifer ter sido adjudicada. Esse julgamento acabou, e as noções da presença do diabo e seus anjos são um remanescente de tempos anteriores...”
http://monjoronson.com/transcript_contents.php?tid=254&search=adjudication Palavras de MONJORONSON (um suposto Filho Magisterial que alguns acreditam que já está na Terra. Alguns defendem que está ou estará em corpo físico e outros não):
“[...] A implementação factual de planos de contingência que não teriam sido postos em ação enquanto a adjudicação não estivesse terminada, o que ocorreu nos anos finais de segundo milênio deste mundo [...]. Vocês estão familiarizados com a Teaching Mission desde que começou, quase simultaneamente com a consumação do processo de adjudicação [...].”
http://monjoronson.com/transcript_contents.php?tid=5297&search=adjudicationOs autores do Livro de Urântia, por outro lado, parecem estar nos dizendo que não devemos contar com a adjudicação da Rebelião de Lúcifer tão cedo, pelo menos dentro da nossa perspectiva de tempo. Primeiro deve ser dada à rebelião oportunidade ilimitada de expressão e desenvolvimento, mesmo nos mundos evolucionários que foram desencaminhados. Este é o método divino de levar a rebelião até o fim, “permitindo que a rebelião chegasse, por seu curso natural, à auto-obliteração” [LU, 54:5.8], o que muito provavelmente se estenderá até o futuro muito distante.
Muita da confusão sobre o assunto do período de tempo para a adjudicação parece surgir das diferenças de perspectiva no universo. Do ponto de vista de um Melquisedeque, como expressado nos parágrafos finais do Documento 53, por exemplo, a rebelião “cessa, nos mundos caídos, tão logo os Filhos divinos cheguem até eles” [53:9.7], apesar de que o triunfo HUMANO final sobre a rebelião pode exigir centenas de anos de luta intensa (conforme será mostrado abaixo).
Esta declaração no Documento 134 sugere uma diferença similar de perspectiva: “E, quando Jesus desceu da sua estada no monte Hermom, a rebelião de Lúcifer em Satânia e a secessão de Caligástia em Urântia estavam virtualmente acalmadas” [134:8.9]
Como Filho do Homem, Jesus alcançou e demonstrou como um humano derrota a rebelião no universo. O término final da rebelião no nosso mundo agora apenas aguarda o momento futuro em que TODOS os humanos atinjam a mesma realização.
A rebelião de fato chegou ao final no respeitante ao Sistema de Satânia durante os tempos da auto-outorga de Micael, mas ainda está vigente em Urântia e nos outros mundos evolucionários que se juntaram à rebelião.
[53:8.3] “A auto-outorga de Michael pôs fim à rebelião de Lúcifer, em todo o Satânia, com exceção dos planetas dos Príncipes Planetários apóstatas.”
O final da rebelião no respeitante ao Sistema não foi simplesmente uma decisão administrativa. Terminou porque toda a simpatia pelos rebeldes finalmente morreu quando eles abordaram Jesus no Monte Hermom e tentaram desviá-lo do cumprimento de sua missão de auto-outorga. A simpatia HUMANA pelos líderes da rebelião, no entanto, NÃO chegou ainda ao fim, razão pela qual a rebelião ainda prossegue.
[53:8.2] “Depois do esforço que fizeram para corromper Micael quando encarnado em auto-outorga, toda a compaixão por Lúcifer e Satã, fora dos mundos isolados em pecado, esvaiu-se em todo o Satânia.”
Portanto, Caligastia e Daligastia devem permanecer em liberdade:
[53:8.6] “Caligástia, o vosso Príncipe Planetário apóstata, ainda está em Urântia, livre para continuar os seus desígnios nefandos [....]”
[67:4.5] “As questões, sem dúvida, ficarão como estão até que toda a rebelião de Lúcifer seja finalmente julgada e até que seja decretada a sorte de todos os seus participantes.”
Os governantes do universo não estão adiando a adjudicação arbitrariamente:
[54:6.8] “As mentes mortais de pouca visão e tolhidas pelo tempo deveriam ser menos apressadas ao criticar as demoras no tempo geradas na amplidão de visão e sabedoria dos administradores dos assuntos do universo.”
O processo de adjudicação é administrado por uma política universal invariável, a qual requer o esgotamento completo de TODA simpatia pelos rebeldes e seus sofismas sedutores.
[54:3.3] “[...] os Anciães dos Dias negam-se a aniquilar qualquer ser antes que todos os valores morais e todas as realidades espirituais sejam extintas, tanto no pecador, quanto em todos aqueles que o apóiam e os possíveis simpatizantes.”
[54:5.10] “Para manter as portas do Paraíso abertas para a ascensão, aos seres de Norlatiadeque, seria necessário dar chances de pleno desenvolvimento à rebelião e assegurar a completa determinação de atitude da parte de todos os seres relacionados, de algum modo, a ela.”
[54:5.9] “Os Fiéis dos Dias, em Edêntia, aconselharam os Pais da Constelação a permitirem o livre trânsito aos rebeldes, com o fito de que toda a compaixão por esses malfeitores acabasse sendo extirpada o mais cedo possível dos corações de cada cidadão presente e futuro de Norlatiadeque — de todas as criaturas mortais, moronciais ou espirituais.”
Note-se que esta exigência inclui TODOS os mortais – PRESENTES e FUTUROS – não apenas do nosso mundo, mas em todos os planetas em rebelião no Sistema de Satânia.
Cada dia nos fornece abundantes evidências de que a negação consciente da existência do Pai e o mal proposital e deliberado (a falsa liberdade enraizada no Manifesto de Lúcifer) estão ambos muito ativos em nosso mundo. O mal deliberado (pecado e iniquidade) não são da mesma categoria que o mal comum, como é a ganância, o egoísmo, a vingança, a violência exacerbada, as paixões míopes, etc.
Jesus explica isto da seguinte maneira:
[148:4.6] “O mal é inerente à ordem natural deste mundo, mas o pecado é uma atitude de rebelião consciente que foi trazida a este mundo por aqueles que caíram da luz espiritual entrando em trevas espessas.”
E esta é a resposta divina:
[54:5.11] “A Ministra Divina de Sálvington emitiu, como a sua terceira proclamação independente, um mandado ordenando que nada fosse feito para curar pela metade, para suprimir covardemente ou, de qualquer outro modo, ocultar o rosto horrível dos rebeldes e da rebelião. Foi instruído às hostes angélicas que trabalhassem por uma plena divulgação e fosse dada oportunidade ilimitada à expressão do pecado, afirmando ser essa a técnica mais rápida para realizar a cura perfeita e final da praga do mal e do pecado.”
Remover arbitrariamente Caligastia e Daligastia ANTES de se alcançar “a cura perfeita e final” (ou seja, enquanto eles ainda são capazes de atrair a simpatia humana) obviamente NÃO seria consistente com esta diretriz. Então, quanto tempo irá demorar para se alcançar a “cura final”?
[53:8.4] “[...] os tribunais de Uversa ainda não emitiram a sentença executiva a respeito do apelo de Gabriel, rogando pela destruição dos rebeldes; contudo, tal decreto irá, sem dúvida, ser emitido no completar do tempo, pois o primeiro passo na audiência desse caso já foi dado.”
As seguintes passagens sugerem que o requerido “completar do tempo” poderia oscilar entre 100.000 e 800.000 anos contando a partir de agora, no tempo de Urântia, ou até mesmo quando o nosso planeta chegasse ao começo da Era de Luz e Vida.
Esta passagem sugere 100.000 anos:
[54:5.13] “[...] se um mortal de Urântia, com um período mediano de vida, cometesse um crime que precipitasse um pandemônio mundial e, caso ele fosse apreendido, julgado e executado, dois ou três dias após haver cometido o crime, pareceria muito tempo para vós? E tal seria uma comparação aproximadamente válida, considerando a duração da vida de Lúcifer; ainda que o seu julgamento, agora iniciado, não terminasse nem dentro de cem mil anos do tempo de Urântia [...]”
As duas passagens seguintes, quando combinadas, sugerem 800.000 anos:
[54:5.12] “[...] um conselho de emergência de ex-mortais [...] mortais glorificados com experiência pessoal em situações semelhantes, [...] advertiram Gabriel de que seria, pelo menos, três vezes maior o número de seres a se perderem, caso fossem tentados métodos arbitrários ou sumários de supressão. Todo o corpo de conselheiros de Uversa se pôs de acordo para aconselhar Gabriel a permitir que a rebelião tomasse o seu curso pleno e natural, ainda que fosse necessário um milhão de anos para eliminar as consequências.”
[53:9.3] “[...] o caso Gabriel versus Lúcifer, assinalado nos registros da suprema corte de Uversa há quase duzentos mil anos, na medida de tempo adotada por vós.”
Fazendo as contas, 1 milhão de anos (tempo total estimado), subtraídos de 200.000 anos (tempo decorrido até agora) = 800.000 anos.
E também há isto:
[93:10.8] “[...] É mesmo possível que, em alguma era futura, quando Urântia se estiver aproximando da era de luz e vida, depois que os casos da rebelião de Lúcifer e da secessão de Caligástia houverem sido finalmente julgados, possamos testemunhar [...]”
Esta frase claramente coloca Urântia beirando a Era de Luz e Vida no mesmo período de tempo da “era futura” com o julgamento final da secessão de Caligastia, o que seria consistente com as extensões distantes de tempo sugeridas pelas duas outras estimativas. Os autores não usariam o termo “finalmente” se tal desenvolvimento pudesse ser antecipado para alguma época antes disso.
Quer-me parecer que a seguinte declaração de “Abraham” [outro suposto mestre moroncial sendo canalizado], obtida dos arquivos do movimento da Teaching Mission, revela um equívoco fundamental (e que soa humano demais) sobre a natureza da rebelião e sua resolução final:
ABRAHAM: “[...] Com a resolução da adjudicação os circuitos foram reinstalados como prometido. Os rebelados não mais existem, daí que o risco de contaminações adicionais em Urântia não mais ameaçava [...]”
http://monjoronson.com/transcript_contents.php?tid=888&search=adjudicationA rebelião não é levada ao final por uma decisão de arbitrariamente se suprimir seus “contagiosos” defensores. O perigo da “contaminação” apenas chegará a um fim quando todos os cidadãos “presentes e futuros” de Norlatiadeque tiveram atingido completa “imunidade” aos sofismas da rebelião – apesar dos constantes esforços (em nosso caso) de um sedutor ex-Príncipe Planetário. Não surpreende, então, que isto vá demorar um LONGO tempo.
Um dos notáveis efeitos do fiasco de Lúcifer será o desenvolvimento de uma civilização neste nosso mundo que irá ser completamente resistente a qualquer rebelião no universo. Diante dos incansáveis esforços de Caligastia para sabotar a evolução planetária por intermédio de logro, destruição e meios diabólicos, será essencial para todos os humanos entenderem plenamente e rejeitarem tanto sua agenda quanto suas táticas. Incontáveis urantianos irão transportar esta poderosa sabedoria, individualmente, através de todo o tempo futuro e eternidade.
A rebelião contra Deus é um assunto sério e de risco de morte. O Livro de Urântia refere-se à Rebelião de Lúcifer como “uma orgia de trevas e morte”, o que é certamente uma descrição adequada de muito do que está acontecendo em nosso mundo.
Chuck Thurston
Tradução: Carlos Leite Silva.
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